sexta-feira, 26 de março de 2010

Leva sempre contigo o meu amor

Se um dia pensar que está sozinha, sem caminhos
Lembra que vou estar contigo em cada passo
E esses passos não vão estar sozinhos
De mim vai ter sempre um pedaço
Se estiver frio, escuro e sem abrigo
Ainda sim vais sentir o calor do meu abraço
Meus olhos nos teus, minha mão na tua mão, o amante um amigo
Quando sorrir lembra sempre que vou estar do seu lado
E se chorar que seja pouco e o pouco fique logo de lado
Escuta sempre, mesmo sem me ver escuta o que digo...

Por onde você for
Leva sempre contigo o meu amor
Cultiva a esperança
Leva sempre a minha lembrança
Porque o Amor nunca acaba
Ele apenas se guarda pra um novo despertar

Mais se mesmo assim pensar que está sozinha
Fecha teus olhos minha menina
E lembra que o amor sempre quer recomeçar
Promete não desistir de mim, eu prometo ir até o fim e não te magoar
Se permita ser feliz, que eu um eterno aprendiz, juro me esforçar
Guarda contigo nosso sonho e desejo, joga fora esse medo, vou te conquistar
Se tenho que esperar não ligo, escuta o que eu digo...
Aqui no meu peito é o teu lugar.

Por onde você for
Leva sempre contigo o meu amor
Cultiva a esperança
Leva sempre a minha lembrança
Porque o Amor nunca acaba
Ele apenas se guarda pra um novo despertar

Autor: Eriberto Junior (Beto)

OBS:Noite de insonia, febre, dor no corpo e uma vontade enorme de estar ao lado de quem nos faz bem, resultaram nesse humilde poema(se é que pode ser considerado como tal) mas como o Blog é meu, eu me permito essa audácia.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e oramos raramente, esquecemos até que Deus existe.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos dias à nossa vida e não vida aos nossos dias. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do ‘fast-food’ e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas ‘mágicas’. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar ‘delete’.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer ‘eu te amo’ à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame… Ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!

Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.


Colocando os créditos porque Marina Passos "descobriu" que o texto é de George Carlin. (entam está aê, caso alguém ainda não saíba :P )

sexta-feira, 12 de março de 2010

E você? Tem experiência?

Já fiz cócegas na minha irmã só para ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete, e melequei o rosto, conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo. Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora. Já passei trote por telefone. Já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já roubei beijo. Confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de doce de leite já me cortei fazendo a barba apressado, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de se esquecer. Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, já subi em árvore para roubar fruta, já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentado no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi o pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado em Alter do Chão, já me joguei no rio sem vontade de voltar, já bebi uísque até sentir dormente, os meus lábios, já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua, já gritei de felicidade, já roubei rosas num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo assim um ir e vir sem razão.
Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú, chamado coração. Experiência... experiência, será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Sim! Mas só pra quem aprendeu a colher sonhos! Enfim...'Experiência? Quem a tem, se a todo momento ela se renova!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Morte de um governo “natimorto”?

O segundo governo de Maria do Carmo parece ter nascido sob o signo de Jason, aquele personagem da decalogia hollywoodiana “Sexta-feira, 13”: quando se pensa que o personagem morreu, ele ressurge das cinzas. Mas Jason, na verdade é um morto-vivo. Analogicamente, Maria não foge disso. Principalmente numa semana em que eventos díspares indicam que Maria vai do céu ao inferno em menos de um segundo, inclusive tendo que carregar cadáveres nas costas.

As águas de março – como cantou Tom Jobim – trouxeram paus e pedras para atingir a já baixa popularidade de um governo que só não é pior que o de Ana Júlia. Paus e pedras que deixaram dois mortos numa área interna do hospital municipal que deveria estar interditada. Maria puxou pra si a responsabilidade, numa atitude corajosa, porém inócua.

Qualquer manual de marqueteiro ensina que não se pode carregar cadáveres insepultos numa campanha eleitoral. A sorte de Maria é que a campanha que se aproxima é estadual e federal (mas o quanto isso poderá atingir o outro irmão médico, Lito Martins, que vai tentar um vôo federal?) e ainda está longe a próxima eleição municipal para se sentir os efeitos dessas mortes. Pelo menos em tese.

Mas não vai demorar a surgir a saraivada de discursos de seus opositores na Assembleia Legislativa, ao som de seu tucano mais peso-pesado (Alexandre Von) ou em Brasília, com o eterno desafeto, o demo-cipoalense Lira Maia, para lembrar todos da tragédia. Esta será explorada ao extremo, sem contar o, digamos, “fogo amigo”, que virá de seus colegas de Ministério Público imbuídos de investigar e responsabilizar a gestão municipal.

Mas a morte anunciada de um governo que tenta se reerguer dos escombros de um mini-terremoto de incompetência administrativa (o Haiti é aqui!), começou coincidentemente com a saída, do plano local, de sua figura mais ilustre: o todo-poderoso primeiro-irmão Everaldo Martins Filho, eminência parda de um governo que lhe deve a fundamental onipresença administrativa, ao mesmo tempo em que padeceu com ela desde o primeiro mandato.

Como já disse outras vezes, Everaldo podia ser considerado um “mal necessário” ao governo, já que tudo se movia a partir do movimento de seu polegar (para cima ou para baixo, como os imperadores de Roma, nas lutas de gladiadores no Coliseu). Sua última aparição pública foi justamente num evento do tipo pão e circo: durante o Carnalter, lá estava ele representando o governo no palco central com a sisudez de sempre e um sorriso pendurado nos lábios, diante do sucesso de um evento popular empanado em farinha. No outro lado da praça, uma desprevenida Maria do Carmo levava uma tacada de farinha no rosto de seu arqui-inimigo Lira Maia (prenúncio da tragédia que viria?)…

Considerado por muitos a arrogância em pessoa, Everaldo, nunca deixou de ser um técnico brilhante. Muitas das coisas que o governo fez de bom tiveram sua marca. E isso o credenciou a assumir a Casa Civil da quase moribunda Ana Júlia.

A dúvida que começou a pairar em alguns membros do governo era: o governo Maria II sobreviverá sem Everaldo? Ainda é cedo para dizer, mas com certeza, em momentos de crise como o atual, Maria vai se ressentir de uma opinião mais perspicaz. Coisa que o novo secretário de Planejamento, Emanuel Silva, não tem como fazer. Talvez a única coisa que ele tenha em comum com seu antecessor é a sisudez beirando a arrogância. E só.

Além do mais, ele era o secretário de saúde no primeiro governo e sua ex-esposa (Francimary Silva) a diretora do hospital que hoje está no olho do furacão. Não que eu queira culpá-los diretamente. A culpa pode ser creditada a eles e todos os que passaram pela direção, antes ou depois, neste e em outros governos. Para o azar de Maria, o teto caiu sobre sua cabeça. Ou melhor, sobre a cabeça de um ancião e de uma jovem, inocentes.

Ao puxar a responsabilidade para si, Maria fez um gesto suicida e livrou a cara de quem realmente deveria ser punido. Se um governo é descentralizado e tem tantas secretarias e coordenadorias, tantos cargos DAS, porque não ir a fundo, investigar e punir quem realmente pecou naquele setor? E como diria Dylan “Quantas mortes ainda serão necessárias, para que se saiba que já se matou demais?”

A tragédia do hospital não pode também ser usada para sacrificar os esforços de um governo que, na minha opinião, já nasceu morto. Os seis meses em que vagou como zumbi entre Santarém e Brasília, em busca de uma solução para um imbróglio eleitoral, que de certa forma lhe deu causa, foram maléficos para a sua gestão. E desde o retorno ao “trono”, Maria não conseguiu mostrar para o que veio. A cidade destruída pelas enchentes e a auto-estima da população lá embaixo (não fosse a campanha do São Raimundo, em nível nacional, estaria bem pior!), não viu qualquer mudança no quadro.

O ano de 2010 poderia ser considerado como o ano da redenção. Começou-se um movimento frágil para tentar tirar essa impressão. Um asfalto num grande trecho do centro, uma operação tapa-buracos ainda ineficaz, uma praça exuberante próximo ao Parque da Cidade e a precaução e o medo de que uma pedra rolasse de um morro na Matinha. Mas ninguém pensou que a pedra já estava rolando em cima de um telhado do hospital municipal!

O governo, mesmo titubeante, tomou uma atitude – ainda que atrasada – com relação à invasão do Juá. Mas poderia fazer mais: poderia aproveitar a deixa e por fim à especulação imobiliária de grandes grupos empresariais e de famílias tradicionais, que só emperram o progresso da cidade. Mas talvez, as alianças políticas sejam mais importantes do que a ocupação urbana e a preservação de áreas ambientais.

E quando o governo iniciava o lançamento de uma ousada campanha de ordenamento do centro e de combate à poluição sonora nessa mesma área, aquele telhado caiu e empanou o brilho do que poderia ser o verdadeiro início do governo Maria II.

Resta saber se Jason-Maria conseguirá, mais uma vez, ressurgir dos mortos e provar que não precisa da sombra do irmão para governar. Quem sabe imbuída dos bons fluídos deste dia 8 de março, seu dia internacional, Maria consiga reconstruir o telhado de seu governo.

Ninguém quer mais cadáveres insepultos em Santarém. E que me perdoem o infame trocadilho: mas será que já não é hora de se acelerar a inauguração do novo cemitério com seis mil túmulos, no Mararu?

por Jota Ninos (Jornalista)

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